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Paulinha Silva
Paula Lavigne Silva é uma crossdresser de 29 anos, assumindo o lado crossdresser há 7 anos para si mesma, que vive sua expressão feminina de maneira discreta e reservada, mantendo-a em segredo para preservar sua família e carreira profissional. Paula encontra na maquiagem, na moda e nos encontros com amigos uma forma de expressar sua identidade e vivenciar plenamente seu lado feminino.

Ser Trans Não é Doença e a “Régua” da Feminilidade Não Existe

Resumo: Ser trans não é uma doença, e não existe uma “régua” para medir feminilidade ou masculinidade. Cada um tem o direito de se expressar de forma autêntica e única! 🌈💖

Oi, gente! 💖

Hoje eu quero bater um papo com vocês sobre dois assuntos que surgiram essa semana e que me fizeram refletir muito. São temas que, de alguma forma, afetam muitas de nós e fazem parte dessa caminhada de autoconhecimento e pertencimento. Então, senta aqui, pega um café, um chá ou um chocolate quente, e vamos conversar.

Ser trans não é uma doença

Um questionamento que volta e meia aparece é: ser trans é uma doença? E a resposta é clara: não, de jeito nenhum! Até a OMS já atualizou suas classificações e deixou claro que ser trans é simplesmente uma variação da experiência humana, e não um transtorno. O que pode trazer sofrimento para uma pessoa trans não é a identidade em si, mas a forma como a sociedade impõe barreiras, rejeição e preconceito.

Se ser trans fosse uma doença, o remédio seria respeito e inclusão, e não tratamento, sabe? A gente precisa tirar essa ideia antiquada da cabeça e focar no que realmente importa: sermos quem somos, com dignidade, sem medo e sem precisar da validação de ninguém.

Ainda estou aprendendo muito sobre isso, mas já entendi que ser trans não tem nada a ver com hormônios, cirurgias ou próteses. Nenhum médico pode atestar se alguém é trans ou não, porque ser trans não é um diagnóstico médico, é uma vivência! É sobre como você se sente, se vê e se expressa. Algumas pessoas trans querem passar por tratamentos hormonais e cirurgias, outras não. E ambas são igualmente trans.

Se uma pessoa trans faz terapia, não é porque ser trans é um problema, mas porque todos nós temos desafios como seres humanos e, muitas vezes, precisamos de ajuda para nos entendermos e desconstruirmos crenças que nos foram impostas ao longo da vida.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, ensina que muitos dos nossos pensamentos vêm de padrões aprendidos. Se crescemos ouvindo que existe um jeito “certo” de ser homem ou mulher, é natural que internalizemos dúvidas, inseguranças e até medos sobre nossa identidade. Mas a boa notícia é que podemos aprender a questionar esses padrões e encontrar nossa própria verdade, sem precisar da validação de ninguém.

Reforço que, se ser trans fosse uma doença, o único remédio seria respeito e inclusão, e não tratamento. O que realmente adoece as pessoas trans não é a identidade delas, mas a transfobia e a exclusão social.

A régua da feminilidade não existe

Isso me leva ao segundo ponto que me tocou essa semana. Uma amiga minha saiu de um grupo porque se sentiu pressionada a seguir um certo padrão de feminilidade que não fazia sentido para ela. Isso me fez pensar muito sobre como, mesmo dentro de espaços que deveriam ser acolhedores, surgem regras invisíveis sobre “o que é ser feminina o suficiente”.

Mas pera aí… quem disse que existe um jeito certo de ser?

A gente cresce ouvindo que existem caixinhas fixas para “ser homem” e “ser mulher”, como se houvesse um manual de instruções. Mas a realidade é que a feminilidade e a masculinidade não são números fixos em uma régua, nem categorias que determinam se você é válida ou não.

Pensa comigo: duas mulheres trans podem ter expressões completamente diferentes. Uma pode amar vestidos rodados, maquiagem e saltos altos. A outra pode se sentir mais confortável de jeans e camiseta. E ambas são mulheres, porque o que define ser mulher não é a roupa que usamos, e sim o que sentimos e como nos identificamos. Assim como uma mulher cis que usa cabelo curtinho e roupas mais neutras não deixa de ser mulher por isso.

A verdade é que todos nós temos traços masculinos e femininos, independente do gênero. O ser humano é plural. Se ser feminina para você significa usar rosa, brilho e saia, isso é lindo! Se para você significa ter um ar mais despojado e natural, também é maravilhoso. O importante é que seja verdadeiro para você.

Se libertar dessa necessidade de encaixar-se em padrões é um ato de amor-próprio. A pluralidade é o que faz a humanidade tão incrível. Imagina se todo mundo fosse obrigado a ser do mesmo jeito? Que mundo chato seria esse, né?

Então, se em algum momento você sentir que precisa se moldar para ser aceita, lembra disso: você já é válida exatamente como é. Não é um vestido, um salto ou um batom que vão determinar quem você é, e sim o seu coração e a sua essência.

Bora jogar essa régua de lado e celebrar quem realmente somos? 🌈✨

E vocês, já passaram por algo parecido? Como lidaram com isso? Vamos trocar experiências! 💬💖

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Respostas de 5

  1. Trazendo uma Curiosidade: 🤯 Você sabia que os seres humanos compartilham cerca de 60% do seu DNA com as bananas? 🍌

    Isso acontece porque muitos genes são fundamentais para processos biológicos básicos, comuns a diversos seres vivos. Mas tem mais: se alienígenas visitassem a Terra, eles provavelmente não conseguiriam distinguir homens e mulheres facilmente apenas pela aparência. Para eles, essas diferenças podem ser sutis ou até irrelevantes! 👽✨

    Mas por que nós, humanos, conseguimos identificar gêneros com tanta facilidade? Porque o nosso cérebro é treinado desde a infância para reconhecer padrões culturais e sociais. A gente aprende, inconscientemente, a associar certos traços e comportamentos ao que nossa sociedade define como “masculino” ou “feminino”. Só que essa percepção varia de cultura para cultura e de época para época! 🌍

    Ou seja, a ideia de que há uma “régua” fixa para medir feminilidade ou masculinidade é uma construção social, e não uma regra universal. 🌈😘

  2. Um texto maravilhoso, elucidativo e reflexivo.
    Faço terapia hormonal e depilação a laser, mas conheço muitas crossdressers que são muito mais femininas do que eu mesmo sem hormônios e sem depilação a laser. Muitas vezes elas não podem ou não querem esses recursos porque são casadas, por exemplo, ou por qualquer outro motivo.
    Por outro lado, mesmo quando eu não estou montada eu me sinto feminina, eu me sinto a Alexandra, seja usando apenas uso um brinquinho ou um perfume feminino. Muitas vezes eu também não posso usar nada feminino, quando estou na casa dos meus pais ou na companhia dos meus filhos, por exemplo. Apesar de eles saberem sobre mim, não me sinto à vontade na presença deles.
    Cada uma de nós pode viver o crossdressing, a transgeneridade ou transexualidade conforme o seu modo de viver, o da maneira que faz mais sentido para si.

  3. Ótimo texto.
    Não temos uma doença, não somos monstros ou somos anormais.
    Somos pessoas como quaisquer outras, temos os mesmo problemas que outros seres humanos.
    Seu texto está ótimo, Paulinha 💜

  4. Concordo plenamente sou feliz por ser uma transexual e poder exercer livremente a minha personalidade e sexualidade feminina. Mas reconheço que somos discriminadas e devemos lutar bravamemte contra o preconceito existente na sociedade.

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