Hoje, com muito orgulho, damos início à nossa série de entrevistas exclusivas no blog do ICC, intitulada “Entrevista Real”. Aqui, você encontrará histórias inspiradoras, relatos emocionantes e as trajetórias de pessoas incríveis que fizeram (e fazem) a diferença no meio crossdresser e trans. E, para começar com chave de ouro, trouxemos ninguém menos que Deborah Pausini.
Debbi, como é carinhosamente conhecida, é uma referência para muitas de nós. Com uma trajetória que mistura coragem, pioneirismo e paixão pela comunidade, ela abriu caminhos, conectou pessoas e ajudou a construir um legado único com o BCC (Brazilian Crossdresser Club), o primeiro clube de crossdressers do Brasil. Além disso, Debbi nos ensina que é possível conciliar a feminilidade com a vida familiar, equilibrando suas “personas” de forma única e cheia de autenticidade.
Nesta entrevista, Debbi compartilha momentos marcantes de sua vida, desde as descobertas na infância até os desafios e conquistas como líder de um movimento pioneiro. Ela também reflete sobre o surgimento do ICC e sobre a importância de iniciativas como essa para o futuro da comunidade. Prepare-se para se emocionar com a história de uma mulher que, com coragem e amor, transformou sua essência em inspiração para tantas outras.
Seja bem-vinda à primeira edição da nossa série “Entrevista Real”. Vem com a gente mergulhar nessa conversa cheia de aprendizado e troca. ❤️
Apresentação
Debbi, quem é você? Gostaríamos que se apresentasse para os leitores, contando um pouco sobre quem é a pessoa por trás dessa história tão inspiradora. Como começou sua jornada até aqui?
Primeiramente quero agradecer de coração por receber esse privilégio de ser entrevistada pelo ICC através de seu Blog e da Paula, amiga querida e especial para mim.
Bom, desde que iniciei meus contatos e exposição na Internet em 1997 me apresentei como “Debbi” que é um nome que gosto bastante mas logo em seguida, notando a necessidade de um nome mais composto e de natureza social passei a usar “Débora Cristina” e tempos depois mudei em definitivo para “Deborah Pausini” homenageando duas musas que tenho como referencia de feminilidade e talento, que são a Debora Secco e a Laura Pausini. Mas todos me chamam de Debbi mesmo (risos).
Muito do que poderia descrever aqui está respondido nas perguntas que virão abaixo, mas posso antecipar que sou o que sou, sem rótulos, desde que me conheço por gente. Lembro de mim com tenra idade, coisa de 4, 5 anos no máximo, usando peças femininas de minha mãe e passando batom escondida no banheiro. Já com meus 10, 11 anos admirava as mulheres e suas roupas nas ruas e queria ser como as meninas da minha escola usando uniformes com saias azuis. Adorava observa-las.
Não foi uma infância das mais felizes a minha. Tenho lembranças de momentos complicados em família, mas também não tenho traumas de mal tratos, passar necessidade e coisas do gênero. Mas sim, me perguntava o que eu era, desejava ser mulher e ao mesmo tempo não renegava ou sentia repúdio ao meu gênero de nascimento, pelo contrário, fiz todas as coisas de menino e adolescente como jogar bola, brincar de carrinhos, namorar meninas, mas sempre sentindo uma forte feminilidade dentro de mim, que convive comigo até os dias de hoje.
Tive também meus momentos de “purge” jogando fora os poucos pertences femininos que havia conseguido acumular, achando que era loucura alimentar aqueles desejos e mergulhava no universo masculino porém, a Debbi sempre esteve ali e sempre retornou, muitas vezes com mais força que outrora, me levando a fazer verdadeiras loucuras para a época em que vivia: anos 80.
Em 1995 naveguei pela Internet pela primeira vez na vida na casa de um amigo da faculdade e fiquei encantada com o que vi. Passei horas num chat chamado “Palace” na época conversando com pessoas do mundo todo em inglês e achei aquilo surreal. Naquele dia minha vida mudou e acredito que foi plantada a semente que traria um pouco de luz ao crossdressing brasileiro.
Em 1997 comprei meu primeiro computador em 24 parcelas: um Itautec Pentium 2 com Modem de 56 Kbps. E foi aí que realmente tudo mudou. Dediquei madrugadas inteiras a pesquisar sobre esse desejo pelo universo feminino e foi aí que me deparei pela primeira vez com o termo “crossdresser” em sites americanos. Descobri que existiam clubes, associações, sites, uma infinidade de informações sobre o assunto e isso me ajudou a entender muita coisa sobre mim, e então pensei: “por que não”? E em fevereiro de 1997 criei meu primeiro site com hospedagem gratuita da Geocities dentro do diretório “Westhollyhood” que era dedicado ao público LGBT da época e que foi então o primeiro site brasileiro sobre crossdresser chamado de “A Casa da Debbi”.
Ali, publiquei alguns artigos traduzidos do inglês, escrevi meus próprios textos, coloquei algumas fotos horríveis que tinha escondidas e que pude digitalizar com um scanner da época e assim as coisas começaram a acontecer e foi quando descobri que não estava sozinha no mundo. Foi um período mágico, incrível, de muitas descobertas para mim e para as demais crossdressers que me procuravam.
Hoje sou casada (com mulher cis) há 27 anos e tenho dois filhos maravilhosos. Minha esposa Cíntia soube há 3 anos sobre a Debbi e meus filhos e demais familiares nada sabem e assim quero que continue, pois é algo muito particular para mim e não tenho nenhuma vontade de dar explicações ou satisfações sobre isso a ninguém que realmente não faça parte desse universo da Debbi.
Acho que de uma forma superficial e abrangente isso resume um pouco sobre mim.
Sua História e o Legado do BCC
Como surgiu a ideia de criar o BCC? Quem eram as pessoas por trás do movimento e como vocês se conectaram?
Depois de um tempo com meu site no ar, montei uma lista de discussão (espécie de fórum da época) por e-mail aonde conectei as primeiras CDs no país. Éramos em torno de 15 pessoas no máximo e todos os dias trocávamos centenas de mensagens, nos descobrindo, buscando afinidades e etc., e um certo dia uma delas, chamada “Monique Michele” me chamou e disse: “vamos criar um clube de crossdressers”? E então junto com a Débora Lee, outra amiga da época (que mais tarde conheci pessoalmente), fundamos o BCC (Brazilian Crossdresser Club),mas um dia, sem motivo aparente a Monique desapareceu completamente e nunca mais ouvimos falar dela. Um mistério até hoje para mim. Aí continuei tocando o BCC com a Betinha, uma das melhores amigas que fiz nesse universo Cross. E aquelas 13, 15 meninas do começo foram se multiplicando e se transformaram em centenas e centenas de associadas.
Quais eram os principais objetivos do BCC quando ele foi criado?
Conectar CDs de todo o Brasil e criar interação social entre todas da melhor forma possível, mesmo com os recursos escassos e longe da tecnologia e velocidade de informações que temos hoje. Lembro que passava horas com a Betinha nas tardes de sexta-feira trabalhando no site, novas fichas, cadastros e etc. Era trabalhoso mas muito gratificante ver tanta coisa acontecendo em nosso entorno.
Como o BCC repercutiu na época? Você sentia que estava criando algo revolucionário?
Quando criamos o BCC não imaginei que seria algo tão grandioso. Pensei que seria mais um passatempo, uma diversão, mas com o passar do tempo senti o tamanho do que estava em nossas mãos e agarrei aquilo com força para que pudesse dar certo. A repercussão foi positiva, incrível e nos proporcionou momentos mágicos, inesquecíveis, únicos no Brasil, reunindo pessoas de origens diferentes mas unidas em torno desse prazer em “estar mulher” como costumávamos falar entre nós. Foram alguns dos melhores anos de minha vida, sem dúvida alguma. Até hoje eu colho os frutos de ter criado e vivido o BCC em sua essência.
Quais foram os maiores desafios que enfrentaram no início? E quais foram as maiores conquistas?
O maior desafio, que acredito que seria o mesmo de hoje, é separar o joio do trigo. Conseguir analisar uma ficha de inscrição e entender se aquela pessoa era de fato uma transgênero ou era um homem buscando sexo, aventuras, um curioso, menores de idade e etc. O BCC nunca teve conotação de ser um clube de encontros, classificados sexuais ou espaço para homens procurarem prazer, e pessoas com essas intenções nos incomodavam e atrapalhavam o trabalho de filtragem, mas no geral conseguimos criar uma comunidade bastante sólida. Claro que houveram outros desafios, mas aí a resposta aqui ficaria muito longa (risos).
Quando o BCC chegou ao fim, como você lidou com esse encerramento?
Fiquei triste, de verdade. Em 2012 me retirei da direção do BCC após ter sido presidente em duas ocasiões (quando fundei e depois de uma amiga, voltei ao cargo) e estava sempre por perto acompanhando, até porque eu que cuidava de todos os sites do clube até sair e outra pessoa assumir mas vira e mexe precisavam de mim. Um dia (não lembro bem quando mas deve ter sido por volta de 2015, 2016) a Cris Camps, amiga do RS e que estava na Diretoria do BCC me procurou dizendo que o BCC estava sem mais pessoas que poderiam assumir suas responsabilidades pois a diretoria da época estava se dissolvendo e não conseguiriam mais manter os trabalhos. Então, ela me perguntou se eu queria retomar a admnistração do clube mas naquele momento de minha vida era impossível assumir essa função novamente e acabei declinando. Com isso o BCC encerrou sua linda história.
Hoje, vendo o surgimento do ICC, qual é a sua visão sobre a importância de iniciativas como essa para a comunidade crossdresser?
Vejo com bons olhos o surgimento do ICC, que nasce num período muito mais propício e favorável de quando nasceu o BCC. Tudo é mais fácil: ferramentas, redes sociais, velocidade de conexão, celulares, entendimento social, informação, enfim, uma série de fatores são fortemente favoráveis ao ICC. Afinal, estamos falando de um hiato de 27 anos entre a criação do BCC e do ICC.
Outra coisa que me agrada no ICC é que ele nasceu corrigindo um sério problemas do BCC que eu sempre tentei corrigir mas não conseguia por encontrar resistências de quem administrava comigo: quem quiser participar tem que pagar. E isso é muito importante pois além de ajudar no filtro que comentei, também agrega valor a tudo que é oferecido além de pagar as despesas e as pessoas que nele trabalham. Ou seja, o BCC era uma entidade sem fins lucrativos e mantida através de trabalho voluntário. Já o ICC tem uma postura mais corporativa e tem que ser assim, pois somente com o lucro que uma empresa se sustenta e pode trazer mais e mais benefícios aos seus “consumidores”.
O que o ICC não pode perder é o seu propósito, sua essência. Foi criado por envolvimento, empatia, carinho, amor ao transgenerismo e não por retorno financeiro. Isso é consequência e se assim permanecer, irá se perpetuar.
Outra coisa que achei bem legal e que nunca consegui implantar no BCC, mesmo morrendo de vontade disso, é a sede física. Ter um espaço físico é o sonho da absoluta e esmagadora maioria das crossdressers. Um local para se montar, se sentir bem, guardar suas coisas. Isso vale ouro para nós.
Porém, por tudo que vivi, sei que enfrentarão diversos desafios e obstáculos e em alguns momentos repensarão escolhas e caminhos, mas fiquem firmes pois ver os olhos de uma CD novata brilhando de alegria ao estar num ambiente favorável, é algo que jamais esquecerei de ter vivido.
E no que estiver ao meu alcance e possibilidades, estarei por perto.
E por último, não podia deixar de perguntar! Ouvi um rumor de que você está escrevendo um livro! É verdade? Se sim, quando teremos acesso a esse material que com certeza será incrível?
Sim, é verdade. Comecei a escrever no começo do ano passado com calma, sem pressa e depois precisei parar. Retomei mais no fim do ano e novamente as situações da vida me fizeram colocar o freio nesse projeto mas agora, desde agosto que estou escrevendo novamente um pouco por semana.
A ideia e colocar um pouco de minhas memórias, fatos que vivi, coisas que senti numa obra que se transformasse num guia de crossdressing. No que depender de pesquisas que fiz pela Internet brasileira, não há nada em nossas publicações físicas ou virtuais sobre o assunto da forma como quero abordar.
Ali falo sobre contar para a esposa, dedico um capítulo todo ao BCC, a descoberta do crossdressing já na infância, construção da identidade feminina, roupas, como se vestir, produção, autoconfiança, sair nas ruas, relação com outras CDs e muito mais. Acredito que cairá no gosto das Cds brasileiras. Assim espero (risos).
Perguntas Pessoais
O que o crossdressing significa para você? Como começou essa descoberta?
O crossdressing é a externalização de minha essência, de minha alma feminina, do que imagino que gostaria de ter sido em algum momento de minha vida. Tudo isso começou quando eu era criança ainda. Tenho lembranças minhas muito pequena já usando peças femininas escondida, e já sabendo que de alguma forma aquilo era “errado” aos olhos da sociedade.
Quando decidiu contar para sua esposa sobre ser crossdresser? Como foi esse momento?
Contei em 2021, após ponderar muito, sentir que não conseguiria mais encontrar desculpas para sair, apesar da total liberdade que ela sempre me deu por ser uma mulher incrível e principalmente, resolvi contar porque não aguentava mais mentir para ela. Isso me fazia mal. Mas eu só tomei essa decisão pois tinha 100% de certeza de onde estava pisando após mais de duas décadas de relação.
Descrever como tudo aconteceu seria muito longo mas foi um momento tenso e preocupante, porém ela reagiu melhor do que eu esperava e até hoje me dá todo suporte que preciso.
Qual foi a reação dela? Vocês tiveram desafios para se entenderem ou sempre foi tranquilo?
A reação dela foi melhor do que eu esperava mas não foi um mar de rosas. Isso não existe quando trata-se de crossdressing escondido dentro de um casamento. E sim, enfrentamos desafios, inclusive na questão de sexo pois não é nada fácil para a esposa ver as fotos do marido transformado em mulher, mesmo que seja uma mulher bem produzida. Porém, com conversa e o passar do tempo as coisas foram se adequando e ela foi assimilando.
O que mudou na sua vida depois de compartilhar essa parte de você com ela?
Melhorou muito para mim pois ela me ajuda com a questão de lavar e passar roupas da Debbi, compra alguma coisa no nome dela, sabe aonde estou, com quem estou e eu não escondo nada dela, ela sabe o que faço e aonde vou. É uma mulher incrível, não poderia querer ninguém mais em minha vida.
Como você vive o crossdressing atualmente? Você sente que é algo integrado ao seu dia a dia?
Ultimamente não tenho conseguido viver meu crossdressing como gostaria por conta de algumas situações de trabalho mas no geral eu saio montada normalmente faz mais de 32 anos já. Claro que cada época com suas limitações e consequentes aprendizados. Mantenho minhas coisas num apto, vou lá me monto e saio pra passear preferencialmente durante o dia que é como eu verdadeiramente me realizo, indo a shoppings, cinemas, restaurantes, feiras, qualquer lugar e sendo bem tratada na absoluta maioria das vezes. Essa é essência do meu crossdressing: viver plenamente a mulher que vive em mim. Aliás, quando estou nessa condição “em Femme” sou outra pessoa completamente diferente em quase todos os sentidos da pessoa de gênero masculino (o sapo) que vive o dia a dia comigo. São duas “personas” distintas até mesmo em gostos, não é algo que se explica, apenas se sente.
Perguntas para a Esposa (Opcional)
Ela se chama Cíntia e topou responder essas perguntas
Como foi para você quando a Debbi compartilhou sobre o crossdressing?
Não foi fácil, até hoje me surpreendo pensando no assunto, mas entendo e respeito esse lado em meu marido e ele nunca me faltou como homem, pai, chefe de família. Sempre se sacrificou muito por todos nós e nunca deixou faltar nada, então nada mais justo que eu respeitar esse lado dele e deixar ele ser feliz. Ele merece.
Quais foram seus primeiros pensamentos e sentimentos?
Não lembro direito mas fiquei bem confusa, um pouco perdida, achei que íamos nos separar. A primeira coisa que perguntei foi se ele gostava de homens mas com o passar do tempo ele foi me mostrando textos, me contou do BCC, explicou coisas importantes e eu aos poucos comecei a entender e aceitar melhor.
Como você se sente hoje ao fazer parte dessa jornada ao lado dela?
Não faço parte disso, é algo que tanto ele quanto eu deixamos claro. Eu ajudo no que precisar, deixo ele sair, ter suas coisas, mas não quero participar desse mundo, não me desperta interesse.
Você sente que o crossdressing trouxe algo positivo para o relacionamento de vocês?
Não. Definitivamente não trouxe nada que possa somar, pelo contrário, fico brava pois sei que as vezes a Debbi pega vestidos meus sem pedir. 😊
Que conselho você daria para outras pessoas que estão descobrindo que seus parceiros(as) são crossdressers?
Não sou a melhor pessoa para dar esses conselhos, acho que cada pessoa reage de uma forma e não sei como é o dia a dia e o casamento de outros casais. O melhor que posso falar é que façam o possível para entender e não façam nada radical ou que possam se arrepender depois, principalmente se tiverem filhos.
Perguntas para o Casal
Como vocês lidam com o crossdressing no dia a dia? Vocês têm momentos dedicados a isso ou é algo mais espontâneo?
Não misturamos estações e isso a própria Debbi deixou claro desde o início. Tanto a Debbi quanto a Cintia não querem trazer o crossdressing para dentro de casa e da relação pessoal. Uma coisa é separada da outra. Respeitamos os casais que convivem com isso até mesmo no âmbito sexual mas para nós é algo inimaginável a Debbi aparecer pessoalmente para sua esposa. Jamais.
Vocês compartilham essa parte da vida com amigos ou familiares? Como foi lidar com isso juntos?
Não, e nunca compartilharemos com ninguém de nosso universo.
Qual foi o maior desafio que enfrentaram como casal por conta do crossdressing?
Acho que foi o período de aceitação da Cintia, de entendimento, de absorver as informações mas como dito antes as coisas fluíram bem melhor do que esperávamos e hoje vivemos muito bem, como se nada tivesse ocorrido, apenas com a diferença que a Debbi não é mais um segredo entre nós.
O que mais fortalece vocês como casal?
O amor e a confiança são a base de tudo. Sem isso não teria como estarmos juntos há tanto tempo. Tem como contar sobre algo tão íntimo e profundo como o crossdressing se não tiver amor e confiança como pilar da relação?
Qual é o maior sonho que vocês têm para o futuro? Como o crossdressing se encaixa nesse sonho?
O crossdressing não se encaixa em nossos planos futuros ou metas. Nosso maior desejo é encontrar o equilíbrio financeiro e ver nossos filhos bem encaminhados na vida, porém confesso que tudo que eu planejo para o futuro, sempre penso de alguma forma em como a Debbi poderá coexistir, vivendo da melhor forma possível suas jornadas tão prazerosas.
Agradecimento e Encerramento
Queremos agradecer de coração à Deborah Pausini por ter compartilhado sua história de forma tão generosa e inspiradora. É incrível ver como sua trajetória de coragem, dedicação e autenticidade abriu portas para tantas pessoas na comunidade crossdresser. Suas palavras nos mostram que, mesmo diante de desafios, é possível criar espaços de acolhimento, união e empoderamento.
Essa conversa é apenas o começo da nossa série “Entrevista Real”, e nada poderia nos deixar mais felizes do que inaugurar esse espaço com alguém tão especial como a Debbi. Cada história tem o poder de transformar, e é isso que queremos construir aqui: um lugar onde cada voz importa, onde cada trajetória é celebrada.
Se você gostou dessa entrevista, não deixe de acompanhar as próximas edições e de interagir com a gente nos comentários. Queremos saber o que achou, quais temas você gostaria de ver por aqui e como essas histórias ressoam na sua vida. A série de inauguração ainda vai trazer mais outros grandes nomes, espero que gostem :*
Mais uma vez, obrigada, Debbi, e a todas que estão conosco nessa jornada. Juntas, somos mais fortes. Até a próxima edição da “Entrevista Real”! ❤️

Respostas de 10
Obrigada pelo convite, fiquei honrada em participar desse novo espaço no blog do ICC. Desejo sorte e sucesso a vocês.
Beijos da Debbi
Acho que aquilo que a Deborah falou é a realidade de uma boa parcela das Crossdresser. No meu caso, também’, minha esposa sabe de meu lado feminino. Nosso acordo é que quando saio com ela, sou o marido, com vestes masculinas. Em todas as outras ocasiões , inclusive em meu local de trabalho, é a Tania quem impera. Uso roupas femininas em meu dia a dia, todos os meus conhecidos sabem deste meu lado. Todos me respeitam. Se você vive seu lado feminino respeitando as pessoas que estão ao seu redor, a recíproca é verdadeira. Só fazendo uma propaganda indevida, já quer aqui não é o local mais adequado, a dois anos publiquei meu livro “Tirésias, a dualidade da alma humana”, falando das pessoas transgênero… Paula, muito sucesso para você e o ICC…
Conheço a Debbi a muito tempo, foi das primeiras crossdresser que conheci com a internet… Ela foi uma figura inspiradora para mim, e fico feliz de ser amiga dela.
Adorei a entrevista. 👍👍👍
Interessantíssima a entrevista e a história dela é bastante parecida, exceto na parte em que ela conta voluntariamente o crrossdressing à esposa.
Quanto ao antigo BBC que eu apenas acompanhava via internet e sonhava participar, que fim levou a Betinha? Sempre acessav o site dela “Uma Crossdresser Brasileira”.
Excelente entrevista 💕
A Debbi é um ícone crossdresser.
Amei a inclusão da esposa, pois pode ajudar muitas esposas a lidar com a expressão de gênero dos maridos.
Meus parabéns!
Obrigada Sarah 😊
O conto “As Aventuras de Debbi” foi um dos primeiros contos crossdresser que li na Internet, em 2000 eu acho. Sempre a admirei pela coragem e pela forma como se comportava, inclusive no BCC, onde fui sócia “coruja” – só olhava, sem me manifestar, apesar de ter perfil e foto publicado lá. Obrigada Debbi por abrir seu coração de forma tão transparente. Você sempre foi inspiração para mim!
Oi Marcinha, obrigada pelo carinho. Beijos no coração ❤️
Oi Marcinha, obrigada pelo carinho. Beijos no coração ❤️
Debbie !! Quanto tempo faz. Estive muito tempo fora e perdi todo o contato com o BCC, sequer sabia que havia terminado.
Minha consorte e S.O. faleceu já a mais de três anos o que para mim foi uma tragédia, foram mais de trinta anos de uma convivência amorosa, praticamente um “grude”. Isso me abalou profundamente e, em consequência, minha saúde foi abalada.
Sofri com dois AVCS e desde então vivo só com meus cães em minha residência de verão. Recebo visita de minhas netas algumas vezes ao ano , moram no exterior, então as recebo com a intensidade dos avós, a eterna missão de estragar as crianças. Por causa delas me interessei e desenvolvi a culinária confeiteira. Isso aqui vira literalmente a Casa da Vovó, doces, biscoitos e guloseimas de toda ordem..
Não tenho notícias de mais ninguém dos velhos tempos, gostaria de poder falar com a Cris (Camps) para ter notícias do pessoal do Pampa’s..
Folgo saber que está bem e felicito aqui por suas conquistas !;
Abraço
Hanna Zimmermann